Novo medicamento para diabete reduz injeções de insulina

Endocrinologista diz que, além de permitir apenas uma aplicação diária, o fármaco reduz ganho de peso e risco de hipoglicemia


A diabete é um grande problema de saúde pública, cujo tratamento requer diversas injeções para controle glicêmico. Um novo medicamento permite o melhor controle da doença e que as aplicações sejam reduzidas para uma por dia, além de evitar ganho de peso e reduzir o risco de hipoglicemia.

A professora Maria Elizabeth Rossi, endocrinologista do Hospital das Clínicas e chefe do Laboratório de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da USP, explicou ao Jornal da USP no Ar sobre o medicamento indicado para o tratamento de adultos com diabete tipo 2.



Já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disponível sob prescrição médica, a professora explica que a novidade do medicamento é a associação entre a insulina degludeca, que possui efeito prolongado, e o hormônio liraglutida, semelhante ao produzido pelas células intestinais. Para Maria Elizabeth, o tratamento pode atrair mais pacientes por reduzir o número de aplicações para uma ao dia.

O fármaco compõe a lista de medicamentos de alto custo e não é oferecido pela rede básica de saúde. Porém, segundo a médica, ele pode ser obtido através de justificativa e solicitação à Secretaria da Saúde.

Diferente da diabete tipo 1, que acomete adolescentes e jovens, a médica afirma que a diabete tipo 2 consiste na produção não adequada de insulina e na má atuação desse hormônio no corpo. Além da genética e do envelhecimento, a obesidade e o sedentarismo se relacionam muito com esse comportamento corporal.

Por isso, a endocrinologista comenta que uma vida saudável, com alimentação e peso adequados e prática de atividade física, é uma medida mais efetiva de prevenção do que qualquer fármaco para controle da doença.

As complicações da diabete são relacionadas, principalmente, a doenças cardiovasculares, gangrena, acidente vascular cerebral (AVC) e derrame. A médica diz que o medicamento também favorece uma maior prevenção contra doenças cardiovasculares.

Transformar as injeções em pílulas é o grande desafio da medicina. Ainda em testes, a doutora afirma ser necessário encontrar uma forma em que a insulina passe pelo sistema digestório e seja absorvida sem ser destruída.

Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

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